Feira da ladra

Marco Bousende

 

Na sequência do término da Feira da Ladra, histórica feira de velharias da capital, este ano realizada no antigo Mosteiro de São Bento da Saúde, hoje conhecido por Palácio de São Bento, a chamada direita política portuguesa entrou em festejo.

Em primeiro lugar devo salientar o oximóro do edifício do antigo mosteiro ser ocupado por tão insalubre evento, em óbvia oposição ao Santo que lhe dava o nome.

Em segundo lugar pergunto-me quais os motivos de festejo da tal direita ( leia-se espaço que vai do centro-esquerda social-democrata / liberal social à direita radical).

As guerras internas do PSD e CDS fazem lembrar a célebre expressão atribuída a Otto Von Bismarck em que referia que a Espanha era o pais mais forte do mundo pois os espanhóis levavam séculos a tentar destrui-la e não  haviam conseguido. Por aqui se conclui, se dúvidas houvessem, que o PSD e CDS são partidos de uma enorme grandeza.

No restante espaço de alternativa vivem agora também IL e CH que, apesar de realizarem brevemente congressos, parecem estar em momentos internos mais consensuais, podendo ser os grandes vencedores das novas eleicões.

Isto de pouco ou nada importa se não houver uma alternativa mas sim uma simples substituição de protagonistas no arrastar do pais para a cauda da Europa.

Querem estes partidos ser um alternativa? Tudo que não passe por mais liberdade para um país asfixiado por um estatismo empobrecedor não será mais que tempo perdido.

Precisamos mais liberdade económica retirando o estado da economia e baixando impostos.

Mais liberdade de expressão retirando os apoios públicos aos media e os politiqueiros propagandistas dos espaços de opinião das televisões.

Mais liberdade de ensino liberalizando a escolha das escolas pelos pais e retirando o doutrinamento ideológico dos manuais.

Mais liberdade na abordagem ambiental sabendo que a conservação do espaço onde vivemos é fundamental mas não se faz com esbulho fiscal.

Estas e outras devoluções de liberdades aos cidadãos ( que vão desde a escolha na saúde a melhor justiça) tem de ser propostas por quem se quer dignar a ser alternativa. Caso contrário teremos de dar razão aos populares que nos cafés clamam: ‘’são todos iguais’’.

Aguardemos.

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