Um certo equívoco

Nuno Lebreiro

 

Parece haver um certo equívoco no fogo de artifício à direita pelos resultados autárquicos. A verdade é que o Partido Socialista continua a ter muito mais votos, muito mais câmaras (praticamente metade) e juntas de freguesia.

Algumas apostas bem ganhas por parte do Dr. Rio também não fazem uma Primavera laranja: Carlos Moedas em Lisboa, por exemplo, tem menos 20,000 votos que Santana Lopes teve em 2009, mesmo tendo perdido. Moedas ganha por mérito próprio, mas porque Medina — um péssimo candidato e pior ainda presidente de câmara — lhe permitiu a oportunidade. Em boa verdade, quem perde Lisboa é a “geringonça”: tivesse ido coligada e teria vencido por larga margem.

Em suma, a grande maioria de esquerda que governa Portugal não dá mostras de perder peso eleitoral e apenas perdeu Lisboa porque numa câmara municipal, ao contrário do país pós-2015, não governa quem tem maioria de eleitos, mas quem, mesmo minoritário, foi o mais votado. Um desafio a ter em conta será como pensa Carlos Moedas governar Lisboa — e até que ponto a esquerda correrá de novo dividida nas próximas eleições. O desafio de Moedas para manter o poder em 25 será tremendo.

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